Como funciona o tratamento da epilepsia com a cannabis medicinal?

Como funciona o tratamento da epilepsia com a cannabis medicinal?

A Cannabis medicinal tem sido utilizada há milênios em terapias para o tratamento de diversas patologias, incluindo a epilepsia. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a prevalência de epilepsia na população é de 0,5% a 1%. Aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo sofrem com essa comorbidade.

Na literatura, temos uma base sólida de estudos com evidências comprovadas mostrando resultados expressivos do uso do canabidiol para o tratamento da epilepsia grave e refratária, melhorando a qualidade de vida dos usuários.

Se você quiser entender por que a Cannabis pode ajudar nesse tratamento, continue por aqui!

 

O que é epilepsia?

 

É uma doença crônica definida por convulsões, ou seja, há um mal funcionamento do cérebro causado pela transmissão dos sinais e impulsos elétricos incorretos emitidos pelos neurônios, por um determinado momento. Vale ressaltar que essas crises são recorrentes e não provocadas.

 

E o que quer dizer “crises refratárias”?

 

Apesar de várias definições na literatura, podemos dizer que são crises epilépticas que ocorrem de modo sustentado, ou seja, pelo menos 1x por mês, num período mínimo de 2 anos, mesmo em uso de 2 ou 3 anticonvulsivantes, utilizados em monoterapia ou politerapia, tolerados e em doses otimizadas. Assim dizendo, as medicações não conseguem controlá-las, ocorre uma falha terapêutica.

Em busca de novas opções terapêuticas, surgiram estudos com a Cannabis medicinal para esse fim.

Consta-se que CBD isolado é provado para o tratamento da Síndrome de Lennox e Gastaut e Síndrome de Dravet, e desde então vem sendo utilizado como um potencial anticonvulsivantes de crises refratárias e graves associadas a essas doenças.

 

Um dado importante

 

Aproximadamente 30% das crianças que possuem epilepsia serão refratárias ao tratamento padrão com os anticonvulsivantes convencionais.

 

Sobre essas síndromes… 

A Síndrome de Lennox-Gastaut é uma forma grave de epilepsia, que ocorrem diferentes tipos de crises convulsivas recorrentes, além disso, está associada a um retardo mental. Incluída nessa mesma condição, na Síndrome de Dravet ocorre um tipo de epilepsia mioclônica, ou seja, uma involuntária contração muscular grave, associada a crises convulsivas de difícil controle medicamentosa. Nela também ocorre uma queda no desenvolvimento neuropsicomotor, atraso de linguagem e problemas na coordenação motora.

 

Alguns relatos

 

Temos reportado que no ano de 2013, uma menina de 5 anos nos EUA foi diagnosticada com Síndrome de Dravet e tinha até 50 convulsões tônico-clônicas generalizadas por dia. Iniciou o tratamento e após 3 meses com extrato de cannabis de alta concentração de CBD teve sucesso em relação a diminuição das suas convulsões, que reduziram mais de 90%.

No Brasil, o caso que ficou famoso foi da menina Anny Fischer, a primeira paciente autorizada legalmente a importar os produtos à base do CBD para o seu tratamento. Ela possui a Síndrome de Rett CDKL5, que causa convulsões frequentes na infância. Ela tinha em média oitenta crises epilépticas por semana e após iniciar o uso do CBD em 2013 praticamente zerou a quantidade.

 

Cbd e propriedades Anticonvulsivantes

 

A partir de 1975 temos os primeiros estudos no Brasil acerca do CBD com efeitos anticonvulsivantes, realizados no Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), na Escola Paulista de Medicina, conduzidos pelo professor Elisaldo Carlini. Os benefícios do CBD foram observados primeiro em ratos e depois nos pacientes.

 

A partir de 1975 temos os primeiros estudos no Brasil acerca do CBD com efeitos anticonvulsivantes, realizados no Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), na Escola Paulista de Medicina, conduzidos pelo professor Elisaldo Carlini. Os benefícios do CBD foram observados primeiro em ratos e depois nos pacientes.

 

Veja como foi o estudo duplo-cego de fase 1 conduzido pelo professor:

 

8 pacientes receberam doses diárias de CBD 200 a 300 mg/dia por 4 meses;

  • 4 indivíduos apresentaram-se livres de convulsões
  • 3 tiveram melhora parcial
  • 1 não apresentou resposta ao tratamento

 

Durante o tratamento o único efeito adverso foi a sonolência, além disso, analisaram ausência de toxicidade através do exame de sangue, urina, atividade cerebral e elétrica (ECG e EEG), exames neurológicos e clínicos.

 

Em 2013, um outro estudo analisou os efeitos do uso de linhagens da Cannabis spp. ricas em CBD no tratamento de 19 crianças com epilepsias refratárias:

  • 13 crianças possuíam Síndrome de Dravet
  • 4 tinham a Síndrome de Doose
  • 1 com Síndrome de Lennox-Gastaut
  • 1 com epilepsia idiopática

 

Elas foram acompanhadas por 3 meses e os resultados foram:

– 16 (84%) dos pais que responderam à pesquisa relataram uma significante redução na frequência das crises convulsivas.

– 2 (11%) confirmaram a extinção total das convulsões

– 8 (42%) relataram uma redução superior a 80% na frequência das crises

– 6 (32%) afirmaram observar uma redução de 25 a 60% das convulsões.

 

Além do controle das convulsões, o CBD melhorou o estado de alerta, mesmo alguns apresentando um pouco de sonolência e cansaço. Não foram relatados efeitos adversos graves.

 

  • Um estudo retrospectivo publicado em 2018, relatou que após o uso de óleo de CBD em 108 crianças com epilepsia nos EUA, após uma média de 6 meses, resultou em mais de 50% na redução de convulsões em 29% dos participantes e 10% tornaram-se livres das convulsões.

Para explicar a ação anticonvulsivantes, temos que lembrar do Sistema Endocanabinoide – para compreender um pouco mais sobre esse sistema clique aqui (COLOCAR O LINK DO ARTIGO SOBRE O SISTEMA ENDOCANABINOIDE) e acesse nosso conteúdo.

 

Esse sistema é composto por 2 receptores, o CB1 e CB2, pelos endocanabinóides (substâncias produzidas pelo próprio corpo que ativam os receptores CB1 e CB2) e as enzimas responsáveis pela produção e degradação.

 

As substâncias produzidas pelo organismo, são chamadas de endocanabinoides endógenos, como por exemplo a 2-AG e a anandamida. Elas se ligam aos receptores CB1 e garantem um equilíbrio na atividade neuronal.

 

Esses receptores – CB1 – são encontrados principalmente em regiões pré-sinápticas no sistema nervoso central, em áreas ligadas a emoção, memória, cognição e controle motor. A ativação desses, parece bloquear a liberação de neurotransmissores, como o GABA e o glutamato.

 

Sabemos que a eficácia do tratamento das convulsões se baseia na diminuição da excitabilidade dos neurônios, aumentando o tônus inibitório. Os anticonvulsivantes tradicionais, fazem esse papel ao bloquear os canais de sódio, canais de cálcio e potencializar a inibição do GABA (neurotransmissor inibitório), além de se opor aos receptores do glutamato.

 

Compreendendo isso, fica mais claro saber a importância do sistema endocanabinoides no mecanismo das convulsões. A ativação dos receptores CB1 através do uso terapêutico do CBD pode promover uma diminuição no excesso da atividade neuronal, sendo uma opção terapêutica potencial em reduzir as crises convulsivas em intensidade e número, sem produzir efeitos psicoativos importantes.

 

E como você consegue adquirir os produtos à base de Cannabis para tratar a epilepsia?

 

Devido a oferta no Brasil ainda ser bem restrita, o processo é todo controlado pela ANVISA.

Primeiro, o paciente precisa passar por uma consulta médica, para que o médico prescreva doses e formas de administração de acordo com as necessidades do paciente.

 

Depois disso, é realizado um pedido junto à ANVISA, com receita médica, comprovante de residência, identidade do paciente. Esses documentos são enviados no site da Anvisa através do preenchimento de um formulário.

 

Assim, é necessária a resposta da Agência, que pode demorar alguns dias. Se o retorno for positivo, será emitida uma autorização para importação.

 

A compra e a entrega devem obedecer às regras de concentração e modo de administração (via oral ou nasal).

 

Para sua comodidade, a nossa empresa PIXUA, realiza todo esse trabalho, cumprindo todas as exigências e etapas legais do nosso país para utilização da cannabis medicinal.

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